sexta-feira, 24 de maio de 2013

Os finlandeses têm a melhor educação do mundo, segundo 

o Pisa. Veja 10 coisas que eles podem ensinar ao Brasil: 

http://abr.io/IgFs



Trabalho Interdisciplinar

Trabalho realizado com alfabeto manual para alunos ouvintes e aluno Surdo fazendo parte de uma sala de aula do Ensino fundamental I.
O trabalho tem o intuito de desenvolver o respeito pelo outro, utilizando-se da interdisciplinaridade.

TITULO: Conhecendo melhor o nosso corpo



PÚBLICO ALVO: Crianças de oito ou nove anos do 3° ano do Ensino fundamental I.
Duração: Um mês com duas aulas semanais de 30 minutos de duração cada aula.
Objetivos: Conhecer melhor o próprio corpo e suas funções, respeitar as diferenças e limites.
•Descobrir as partes do corpo humano, e suas capacidades de movimentos, funções e sentidos.      
•Reconhecer a importância de cuidar do próprio corpo através da higiene corporal e mental para o bem estar.
DISCIPLINAS ENVOLVIDAS: Ciências, Português, Matemática, Educação Física Artes.
JUSTIFICATIVA: Este projeto tem o intuito de possibilitar através do conhecimento de seu próprio corpo desenvolver seus valores morais, a importância do cuidado e respeito consigo mesmo e ao próximo. Conhecendo, identificando e ampliando conceitos básicos sobre higiene, analisando diferenças, conceitos, preconceitos, características e valores.
            Através da conscientização dos vários sentidos, visão, tato, olfato, paladar, audição e do fato de não termos todas as habilidades inatas já prontas, criando situações capazes de suprir as necessidades e superar as dificuldades. Descobrindo-se como indivíduo presente em sociedade, relacionando- se com outros indivíduos, identificando e analisando diferenças, conceitos, preconceitos, características e valores de toda uma sociedade onde ele está inserido.
Segundo Piaget, Na fase dos sete aos onze anos elas estão na fase das operações concretas. As múltiplas inteligências já estão totalmente abertas, e lidam melhor com problemas e conseguem resolvê-los usando de raciocínio lógico, distinguem a realidade da fantasia. Porém, ainda não é adulta.
É nesta fase que a criança precisa de maior cuidado na alfabetização emocional. Avançam muito em pensamentos de moralidade, associado ao progresso cognitivo. Piaget acredita que o progresso cognitivo e o progresso moral andam juntos.
A fase dos seis aos doze anos é considerada de extrema importância, pois é nesta fase que á criança se estrutura o auto conceito (noção de quem somos e o que fazemos) e organiza mentalmente uma auto imagem negativa ou positiva. É nesta fase da construção da autoimagem que vão se encantar ou se entediar com a vida.
O próximo passo é o auto conceito definido progressivamente a comparação (o que é e o que gostaria de ser). Há uma preocupação com a alfabetização emocional, em desenvolver a autocompreensão, padrão de comportamentos socialmente aceitáveis.
É nessa fase que os temas transversais precisam ser efetivamente transformados em ação. Compreensão no uso de sua linguagem que continua a crescer aceleradamente nesta fase.
METODOLOGIA:
ü  Será realizado em sala de aula, cdominio gratisonversas informais enfatizando características físicas como o a de cor de olhos, cabelos, número de calçados, tamanho de roupa que usam idade, peso e altura. Será confeccionada uma tabela pelos próprios alunos, com o auxílio do Educador, onde irão relacionar os itens discutidos em sala de aula.
ü  Desenvolverão algumas dinâmicas a fim de reconhecimento das partes do corpo, como atividades físicas e motoras, que irão despertar a atenção, percepção, a coordenação e a lateralidade.
ü  Deverão realizar uma pesquisa sobre coordenação motora. Após ser realizada a dinâmica em sala, eles irão descrever em folhas á parte o que sentiram após cada atividade realizada, qual a sensação ou dificuldade que tiveram para executá-las.
ü  Deverão realizar uma pesquisa sobre higiene e cuidados básicos com a saúde. Após, será realizada uma conversa sobre esta pesquisa e qual importância de hábitos simples de higiene em suas rotinas diárias.
ü  Realizadas atividades em sala de aula como: cabra sega, percurso com olhos vendados; mímica; degustar com olhos vendados alguns alimentos (doce salgado, azedo, amargo); diferenciar cheiros como de alimentos, de perfumes, de plantas.
ü  E, em duplas irão ter a possibilidade de aprender a importância sobre os cinco sentidos, visão, audição, tato, olfato e paladar. E relatar por escrito à importância de cada atividade.
ü  Construção da tabela com características físicas dos alunos; trabalhando ao mesmo tempo com a interdisciplinaridade a linguagem e escrita; matemática (números e medidas); ciências; artes; Educação física.
AVALIAÇÃO:

Através das diversas áreas do conhecimento obtido com as atividades interdisciplinares realizadas durante todo o projeto, perceber se ocorreu alguma mudança no que diz respeito à conscientização e respeito pelas diversidades que os outros possuem. Passando a compreender o sentido das medidas e números, conscientizando-se das diferenças para aceitação e respeito.  Tanto consigo mesmo como com o outro. Seus hábitos de higiene básica diária á partir do projeto

Projeto desenvolvido por Fiona Teixeira
"A Educação é a Arma para mudar o Mundo".

Reflitamos sobre a leitura na Educação Infantil.
Um aluno leitor se torna possível quando estimulado pelo Educador ou pelo ambiente em que convive.
Sem contato com os livros eles não despertarão o interesse pela leitura.
A Literatura Infantil precisa ser estimulada na educação, na alfabetização e o uso das bibliotecas escolares deve fazer parte da rotina diária elaborada pelo educador. O contato com os livros de Literatura proporciona a criança despertar sua lúdicidade necessária para seu desenvolvimento.
O encanto ao escolher os livros e histórias que querem ler, faz deles autônomos no gosto e seleção.
De extrema importância.

Fiona Teixeira

domingo, 17 de março de 2013

"Inclusão é não excluir"


Não deixem de prestigiar o filme maravilhoso, com estes adolescentes, portadores de Síndrome de Down,
nos mostrando que são pessoas comuns como nós e precisam ser respeitados em sociedade.

Menos preconceito ajuda pessoas com Down a ter vida amorosa plena

Julliane Silveira
Do UOL, em São Paulo
  • Arquivo pessoal
    Samantha Quadrado,25, trabalha como auxiliar administrativo e quer morar sozinha daqui a dois anos
    Samantha Quadrado,25, trabalha como auxiliar administrativo e quer morar sozinha daqui a dois anos


Samanta Quadrado, 25, está investindo aos poucos em um novo relacionamento, iniciado há seis meses. Depois de terminar um namoro de quatro anos, ela quer ir com com calma.  "Estamos nos conhecendo", conta.  Samanta mora em São Paulo e está "ficando" com carioca Breno Viola, um dos atores do filme "Colegas", de Marcelo Galvão.

Eles se conheceram na pré-estreia do filme, no Rio, em setembro do ano passado. Desde então, se encontram quando é possível e conversam pelo Skype. "Meus pais sempre apoiam meus namoros. Posso conduzir minha relação sozinha, tenho autonomia", explica. Ela trabalha como auxiliar administrativo em uma editora, frequenta grupos de apoio para pessoas com Down e tem planos de morar sozinha daqui a dois anos: "Já tive muitas conquistas, quebrei muitas barreiras. Será mais uma delas", diz.

Samanta faz parte de uma geração de pessoas com Down que cresceu mais distante do preconceito e consegue ver o futuro em condições mais igualitárias. O avanço da medicina e o melhor conhecimento das peculiaridades da síndrome permitem que esses jovens estudem, trabalhem e se relacionem mais.
"Percebemos um aumento no número de pessoas com Down que namoram, têm uma vida social boa. Há mais esclarecimento da sociedade, as famílias permitem mais e existem mais oportunidades", afirma o geneticista Zan Mustacchi, um dos maiores especialistas na síndrome de Down no Brasil.
 
O nível mais aprofundado de informação sobre a síndrome reflete até na expectativa de vida, que, em 1929, era de nove anos, em média. Hoje, a previsão é de 60 anos.

"Por tudo isso, temos de pensar que eles têm direito a uma vida plena. E essa vida inclui a afetividade e sexualidade. Vejo que ainda existe resistência nas famílias em enxergar que os filhos, embora tenham uma deficiência, devem ser livres para se relacionar", diz a advogada Maria Antônia Goulart, coordenadora do Movimento Down. "Parece que, quando o filho tem uma deficiência intelectual, surge a certeza nos pais de que ele não terá vida sexual. Até pais mais progressistas negam isso".
 
  • Arquivo pessoal
    "Sou um cara romântico, preparo declarações de amor", conta Pedro Brandão Carrera
Mas nem sempre a vida afetiva é perfeita –regra que vale para todos. Pedro Brandão Carrera, 18, sempre estudou em escola regular e se apaixonou por meninas de sua classe sem ser correspondido. Voltava de baladas sem beijar na boca, apesar de paquerar bastante.  "Ele chegava em casa chateado, dizendo que não tinha ficado com ninguém", conta a mãe Ana Cláudia Brandão.

Há um ano, conheceu a namorada em um grupo de jovens com comprometimento intelectual e está apaixonado. "Sou um cara romântico, preparo declarações de amor para ela", conta.
 

Colaboração dos pais
 

Ana Cláudia conta que colabora para que o namoro do filho progrida, por exemplo, levando o casal ao cinema. "Nós, os pais, não sabemos se eles veem o filme ou ficam se beijando", diz. "Eles precisam que a gente leve e busque. Nesse ponto é mais complicado, porque os pais devem dar uma força para que o namoro dê certo. As descobertas perdem um pouco da naturalidade", afirma.
 
Se a evolução do namoro é monitorada, ao menos os planos podem ser feitos a dois. Pedro deseja se casar com a namorada depois que terminarem a faculdade. Ele quer ser chef de cozinha e abrir um restaurante de massas. "Adoro cozinhar e faço um macarrão ótimo".
 

Diferentes?

 
O desejo e a vontade de estar com alguém é o mesmo em todos os jovens. "Tenho um filho adolescente sem a síndrome e percebo que suas questões são as iguais às dos jovens com Down que acompanho no grupo", diz Maria Antonia.

O desenvolvimento da sexualidade ocorre na mesma época, mas nem sempre o amadurecimento emocional acompanha.  "Pessoas com Down podem extrapolar e ir além de situações palpáveis, acreditando que é possível ter uma relação com quem não gosta delas ou com um artista. Acreditam nisso de forma ingênua", diz Zan Mustacchi.
 
Por isso, a orientação da família é fundamental, não só para evitar decepções como para diminuir riscos de abusos. "Quando o assunto não é tratado, a pessoa com Down perde o referencial. Tudo aquilo que não é dito é fantasiado e isso tende a se distanciar do que se espera no trato social", diz Goulart.
 
Os jovens com Down também precisam aprender sobre prevenção de doenças sexualmente transmissíveis e da gravidez. As chances de concepção de um casal em que ambos têm Down é de 80%, segundo Zan Mustacchi. Quando um dos parceiros não tem a síndrome, o número cai para 50%. Homens com Down podem ser inférteis, mas não é regra. "O fato de haver mais homens com fertilidade reduzida do que férteis não quer dizer que não há possibilidade de gravidez", diz o geneticista.
 
fonte : UOL Mulher
http://mulher.uol.com.br/comportamento/noticias/redacao/2013/03/12/menos-preconceito-ajuda-pessoas-com-down-a-ter-vida-amorosa-plena.htm
UOL Mulher

Comportamento

quarta-feira, 21 de novembro de 2012

Trabalho com Sequência Didática utilizando Haicais


Modelo de Sequência Didática utilizando Haicais

Sequência Didática:
Objetivos:
ü  Apreciar o texto literário.
ü  Compreender a leitura poética, utilizando o haicai, para percepção desta leitura, separação das sílabas das palavras que compõe o haicai.
ü  Reconhecer as famílias silábicas e sua importância na leitura e em nossas vidas.
ü  Desenvolver atitude de preocupação com a escrita correta das palavras e sobre a significação das mesmas.
ü  Observar a regularidade.

Conteúdos: Escrita e comparação de haicais, estimulando a compreensão textual poética.
Público Alvo: Alunos do 4º e 5º anos do Ensino Fundamental.
Material necessário: Cópia dos textos que serão utilizados.
Desenvolvimento da Sequência Didática do trabalho com os Haicais:
1ª etapa: Selecionamos 3 haicais (haicais de primavera)

Da janela o azul
Na manhã de primavera
E os jatos e a lua

A tarde cai
No alto da árvore morta
Gorjeia o melro

Finda-se a estação
Um caracol adiantado
Anda no jardim



Inicialmente perguntaremos aos alunos se já ouviram falar do haicai, se sabem o que significa.
Em seguida explicaremos o que é o haicai de forma clara e simplificada. Haicai é um poema de origem japonesa, que chegou ao Brasil no século 20 e hoje conta com muitos praticantes e estudiosos brasileiros. No Japão e na maioria dos países do mundo, é conhecido como Haiku. No Brasil o Grêmio Haicai Ipê, é um grupo que se reúne desde 1987 para estudar e praticar esta forma poética. Ele nasce de uma cena.
Explicaremos as regras que compõe o haicai:
ü  O haicai clássico japonês obedece a quatro regras:
ü  Consiste em 17 sílabas japonesas, divididas em três versos de 5, 7 e 5 silabas, e não há necessidade de rima ou titulo.

ü  Contém alguma referência a natureza (diferente da natureza humana)

ü  Refere-se a um evento em particular (ou seja, não é uma generalização)

ü  Apresenta tal evento como “o que acontece agora”, ou seja sempre no presente.
2ª  etapa:
A seguir faremos a leitura do poema em voz alta para a sala. Pediremos que eles se separem em duplas, façam a leitura do poema e interpretação, afim de que percebam sua construção, sua forma de leitura diferenciada dos demais poemas. Após a explicação da composição do haicai e sua particularidade de números de silabas por linha, perguntaremos aos alunos se sabem diferenciar a sequência silábica e fazer a devida verificação. Feito isto daremos sequencia a atividade proposta que é a leitura e a separação de silabas de cada palavra, trabalhando as dificuldades de cada aluno, tanto na leitura quanto na interpretação.

3ª etapa:
Faremos um relato referente às discussões em sala de aula, onde colocaremos as observações de cada aluno quanto ao que interpretou, entendeu e as possíveis dificuldades encontradas.
Ouviremos suas opiniões a respeito do tipo de leitura, pois o haicai se lê de forma pausada diferente de um poema comum.

4ª etapa:
Como atividade extraclasse, pediremos aos alunos que conversem em casa sobre o haicai, com seus familiares e amigos, e pesquisem se eles já conhecem esse tipo de poema.
Os relatos dos alunos serão discutidos em sala de aula.

5ª etapa:
Será proposto aos alunos exercícios, onde iremos trabalhar a construção da escrita, a interpretação das palavras e do haicai como um todo, a dicção e a silabação. Atividades com as famílias silábicas, formação de palavras e leitura de textos, a fim de trabalhar as dificuldades daqueles que apresentarem atraso na compreensão.

6ª etapa:
Por fim faremos uma revisão geral das habilidades já vistas e das famílias silábicas para observar se os alunos aprenderam o conteúdo programado.

Avaliação
Será avaliado o desempenho dos alunos no desenvolvimento das atividades propostas e
a capacidade de cada um de interpretação de textos.


Autor.: Valdinéia Teixeira (Fiona-Ideiaspedagógicas.blogspot)
Trabalho com Sequência didática realizado no dia 20/11/2012
Direitos autorais.: Valdinéia Teixeira - Blogspot

sábado, 17 de novembro de 2012

O último livreiro do império


O último livreiro do império

Há quase 170 anos, numa ruazinha no centro de Campos (RJ), abre-se uma livraria que nunca deixou de funcionar nem sequer um dia

11 de novembro de 2012 | 13h 33

Jotabê Medeiros - O Estado de São Paulo
Comenta-se que José do Patrocínio, filho e cidadão de Campos dos Goytacazes, comprou ali na livraria Ao Livro Verde a pena com a qual a princesa Isabel assinaria a Lei Áurea, em 1888, libertando os escravos no Brasil. E olha que, àquela altura, a livraria já tinha 44 anos e durado mais que a imensa maioria das livrarias atuais do planeta, as Barnes and Noble e as Borders que morrem como moscas diante das mudanças da era digital e do e-commerce.

 - Marcos Arcoverde / Estadão
Marcos Arcoverde / Estadão
A história da caneta de Patrocínio é meio lendária, mas quase todo o resto ainda está por ali para ser comprovado, como os três balcões originais da antiga loja, uma cristaleira palito de perfumes (na época, perfume se vendia em livraria, e não em farmácia), fotografias antigas por todo lado, a fachada original com o nome do estabelecimento em relevo. Em 1995, o Guinness Bookreconheceu sua longevidade e lhe concedeu o título de A Livraria Mais Antiga do Brasil.
Os tempos ditaram as mudanças, pela sobrevivência: apesar da oferta de volumes novinhos de Getúlio, de Lira Neto; Marighella, de Mário Magalhães; Verão da Lata, de Wilson Aquino; e da autobiografia de Neil Young; a loja Ao Livro Verde é hoje mais papelaria do que livraria. Vende livros didáticos, arquivos de papel e pen drives. Tem um pequeno café e um computador para acesso à internet. Possui 27 funcionários, a maioria especializada no atendimento de papelaria, sem intimidade com a literatura.
A uma quadra do Rio Paraíba do Sul, a livraria chegou a ser a joia da intelectualidade portuguesa da corte que atracava no antigo Cais do Imperador. Foi para esse público que foi criada, em 1844, pelo empreendedor português José Vaz Corrêa Coimbra. Citada pelo escritor José Cândido de Carvalho (outro filho de Campos) no livro O Coronel e o Lobisomem, a livraria fluminense foi inaugurada em 13 de junho de 1844, e pertenceu a três famílias – a atual, Sobral, a comprou do alemão Max Zuchner e a administra desde os anos 1940. Um anúncio no jornal O Monitor Campista, de 1844, já mostrava a vocação futura do estabelecimento: a loja oferecia, além de livros e serviços gráficos, "miudezas, lindo sortimento de joias, drogas medicinais e para pinturas e o legítimo rapé Bernardes".
A ruazinha onde fica o predinho já teve três nomes (Barão de Cotegipe, Rua Bananal e a atual denominação, Rua Governador Teotônio Ferreira Araújo) e a numeração foi mudando, mas a livraria nunca se mexeu um milímetro do seu lugar. "Não posso acabar com essa livraria, ela vai para 200 anos", diz o atual proprietário, Ronaldo Sobral. No momento, a rua está em obras, estão alargando as calçadas e revitalizando, mas os trabalhos prejudicaram sensivelmente o movimento, queixa-se o comerciante.
O balconista Carlos Américo Machado Franco, de 76 anos, começou a trabalhar ali aos 16 anos. "Eu vinha de bonde. Atendi aqui clientes que tinham 95 anos, e que eu conhecia da vida toda. Tinha muitos do tempo das usinas, mas elas fecharam", conta. O comércio que mais resistiu foram duas casas de ferragens e duas farmácias, que passaram do século 19 para o 20, mas também já fecharam.
Muitos foram até ali conferir a lenda da livraria que nunca fechou, do acadêmico Austregésilo de Athayde ao escritor Carlos Heitor Cony e o cartunista Ziraldo, que deixou um desenho e um autógrafo num cartaz da livraria. "Aqui reúne uma turma muito boa, vem o pessoal da Academia Campista de Letra", orgulha-se o fotógrafo aposentado Wilton Moreira, de 85 anos, um dos mais antigos clientes – tem mais de 50 anos que passa por ali diariamente, toma um cafezinho e pega os jornais para ler.
Em 1988, o Primeiro Encontro Internacional de Tradutores levou até a Ao Livro Verde intelectuais do mundo todo, que deixaram seus nomes no livro de visitantes: a francesa Alice Raillard, o alemão Curt Meyer-Clasen, o italiano Mario Merlino, o dinamarquês Per Johns. Os jovens poetas e escritores da cidade são habitués, mas compram pouco. "Intelectual não tem veia comercial. Livro raro é coisa de colecionador, a casa aqui sempre foi fiel ao fundador", diz Sobral, de 65 anos. O prédio foi tombado pelo município, mas nunca recebeu nenhuma atenção dos governos do Estado e Federal.
Ao Livro Verde passou por duas guerras mundiais, pelas revoluções todas, pela ditadura militar, pela dance music, pelos livros de autoajuda. "E nunca fechou!", sentencia Ronaldo Sobral. Ele tem três filhos, um advogado, uma especialista em informática e um gerente de banco. Se vão prosseguir com a tradição? "O passado já passou, e o futuro quem sabe?", avalia o livreiro. "Mas é muito difícil, é uma luta. Tem hora que dá vontade de desistir."
"Quando o Kadafi morreu, lembraram que ele tinha escrito um certo Livro Verde e telefonaram para mim, não sei se foi da Folha de S.Paulo ou do Estado, para perguntar o porquê do nome da loja", diverte-se às gargalhadas Sobral. O nome já era um século mais velho que o ditador líbio, mas ninguém sabe sua origem. Não há referência bibliográfica. O jornal Monitor Campista, o primeiro a registrar uma oferta da livraria, em sua abertura, já começou com um erro digno de um "Erramos": chamou-a de Loja do Livro Verde, quando na verdade a própria fachada dizia Ao Livro Verde.

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    Jotabê Medeiros - O Estado de São Paulo
    Comenta-se que José do Patrocínio, filho e cidadão de Campos dos Goytacazes, comprou ali na livraria Ao Livro Verde a pena com a qual a princesa Isabel assinaria a Lei Áurea, em 1888, libertando os escravos no Brasil. E olha que, àquela altura, a livraria já tinha 44 anos e durado mais que a imensa maioria das livrarias atuais do planeta, as Barnes and Noble e as Borders que morrem como moscas diante das mudanças da era digital e do e-commerce.
     - Marcos Arcoverde / Estadão
    Marcos Arcoverde / Estadão
    A história da caneta de Patrocínio é meio lendária, mas quase todo o resto ainda está por ali para ser comprovado, como os três balcões originais da antiga loja, uma cristalei

    Notícia importante sobre o que é cidadânia...

    Notícia importante sobre o que é cidadânia, é isso o que ela faz. E muitos se beneficiam da luta dela, mas se acorvadam na hora de defendê-la. Realmente neste país, não se sabe ainda o que é justiça!!!



    Criadora do 'Diário de Classe' não vai mais para a escola sozinha

    Isadora Faber diz sofrer ameaças constantes; estudantes visitou o 'Estado' nesta 2ª

    12 de novembro de 2012 | 21h 50

    Carlos Lordelo, do Estadão.edu
    A estudante catarinense Isadora Faber, de 13 anos, visitou nesta segunda-feira, 12, a redação do Estado. Criadora do Diário de Classe, página do Facebook em que cobra melhorias para seu colégio, em Florianópolis, a garota disse que não vai mais sozinha para a Escola Municipal Maria Tomázia Coelho, onde cursa a 7.ª série do ensino fundamental.
    Isadora conheceu a redação e deu entrevista à 'TV Estadão' - JB Neto/Estadão
    JB Neto/Estadão
    Isadora conheceu a redação e deu entrevista à 'TV Estadão'
    Embora o colégio tenha sido reformado após a criação do Diário – que já conta com mais de 430 mil ‘curtidas’ e motivou dezenas de projetos semelhantes –, a aluna sofre ameaças constantes de colegas. “Meus pais precisam me levar e me buscar”, afirmou. “Às vezes me sinto só. Quando vêm me ameaçar, até meus amigos saem de perto.”
    Os professores também não a apoiam e a relação com a direção é conflituosa. Mas o que deixou Isadora triste mesmo foi o apedrejamento de sua casa, na semana passada. A avó dela, de 65 anos, foi atingida na cabeça. O Ministério Público Estadual já investiga os ataques contra a garota.
    “Não quero sair da escola, porque 2013 será meu último ano lá, nem acabar com a página”, contou Isadora, entre uma olhada e outra no temido smartphone que usa para atualizar o Facebook. Ela quer ser jornalista. “Acho que posso ajudar as pessoas dando informações.”